sábado, 27 de agosto de 2011

Em Salvador, pai de santo acusa guardas municipais de espancamento


Um pai de santo de Salvador diz ter sido espancado por quatro guardas municipais porque disse a eles que é homossexual. A agressão aconteceu no domingo (21) em um banheiro da Estação de Transbordo de Pirajá, uma das mais movimentadas da capital baiana. Segundo o Grupo Gay da Bahia, o estado lidera o ranking de assassinatos a homossexuais no Brasil. Em 2010, foram 29 em toda Bahia.
O babalorixá agredido tem 33 anos e prefere não se identificar. Ele registrou ocorrência contra os guardas municipais na 10ª Delegacia, no bairro de Pau da Lima, em Salvador, e fez exame de corpo de delito no Departamento de Polícia Técnica (DPT).
Segundo o pai de santo, ele foi ao banheiro da Estação de Transbordo na companhia de um amigo. O babalorixá conta que cerca de oito pessoas estavam no local e que, quando já estava usando o sanitário, ouviu os guardas falando com ele e batendo na porta.
“Só ouvi uma palavra de cima: ‘bora, bora, bora, aqui não é lugar disso'. Eu estava no vaso, eles [os guardas municipais] estavam batendo na porta e me forçaram a abrir a porta”, relata.
A vítima contou que um dos suspeitos da agressão perguntou o que ele estava fazendo dentro do banheiro e se ele era gay. “Eu tive que mostrar a ele que eu estava com a roupa abaixo da cintura para ele ver que eu estava no sanitário, mas ele não me respeitou. Perguntou quem eu era e se eu era veado. Eu disse a ele que eu sou e foi a hora que eu fiquei de costas e ele me agrediu com palavra e com porrada”, conta.
De acordo com o pai de santo, ele foi agredido nas costas e só não apanhou no rosto porque usou a mão para se proteger das agressões. “Eles me jogaram para fora do banheiro e todo mundo me viu praticamente nu, vestindo a roupa do lado de fora. Todos que passam por isso que eu passei, eu acho que tem procurar o seu direito para que [os agressores] não fiquem impunes”, finaliza.
A Guarda Municipal de Salvador informou em nota que assim que soube da denúncia de agressão, os guardas que estariam envolvidos na ação foram afastados de suas atividades. A nota diz ainda que uma comissão foi designada para acompanhar o caso e que um processo foi aberto para apuração dos fatos.

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