terça-feira, 5 de julho de 2011

É possível ser preconceituoso sem saber, dizem especialistas

O retrato usual que compomos do preconceituoso é o do sujeito que persegue e agride homossexuais. Que desfere ofensas contra negros. Ou que acusa de indigno quem segue uma religião que não a sua. Mas o preconceito não existe só assim, tão explícito.


Ações e posturas recorrentes que revelam outra modalidade de discriminação: é uma forma sutil, manifestada muitas vezes sem que nos demos conta. É possível, sim, ser preconceituoso e nem saber.

Em tese, ninguém quer olhar no espelho e encontrar uma imagem censurável de si. As pessoas, portanto – ou ao menos a maioria delas –, relutam em assumir preconceitos. Sobretudo em tempos de politicamente correto. Mas não deixam de rir quando escutam uma piada que faz chacota de determinado grupo, Eis, aí, esta que talvez seja a fonte mais comum do preconceito que passa despercebido, a situação (supostamente) de humor.


“Não se trata de dizer que se deve ou não rir da piada. Mas, com o riso, estamos identificando um estereótipo – e concordando com ele”, analisa a psicóloga Marian Dias, docente da Unifesp e pesquisadora do LaPE (Laboratório de Estudos sobre o Preconceito), do Instituto de Psicologia da USP. Outro exemplo citado por ela: “Achar que todo homossexual masculino está paquerando o tempo inteiro, que está à procura de alguém”. Não, o fato de você ser homem não o torna automaticamente atraente para todos os gays. E pensar o contrário é, sim, preconceito.

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