Indignado com a forma como foi comunicado da demissão de seu indicado, o deputado federal João Carlos Bacelar (PR) pediu uma audiência ao presidente nacional da empresa, Wagner Pinheiro, com uma condição:
Caso ele não o atenda até amanhã, às 10h, vai pedir, através de uma proposta de fiscalização e controle (PFC) que compareça na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara para esclarecer denúncias de que teria favorecido a Camargo Correia quando era presidente da Petros.
“Quem se gabou que me passou uma rasteira que se previna”, disse Bacelar há pouco ao Política Livre, considerando-se traído pelo PT baiano, especialmente pelos deputados federais Nelson Pelegrino e Zezéu Ribeiro, aos quais atribui a indicação de Cláudio Moras Garcia para o lugar de Jaques.
A assessores, Bacelar teria afirmado que os dois petistas não teriam respeitado um acordo entre eles pelo qual Pelegrino e Zezéu fizeram, respectivamente, as coordenações de Recursos Humanos e de Negócios dos Correios na Bahia.
“Apesar de Bacelar ter compartilhado o comando dos Correios com ambos, especialmente o indicado de Zezéu, Santos Neto, sempre buscou boicotar o trabalho de Jaques nos Correios”, disse um assessor de Bacelar ao Política Livre.
O pivô da troca de comando dos Correios na Bahia foi exatamente o afastamento de Santos Neto da coordenação de Negócios, depois de desentendimentos com Jaques. Antes de fazer a troca, Wagner Pinheiro chamou Bacelar em sua sala e os dois tiveram uma conversa dura.
Bacelar deixou o encontro depois de bater na mesa, dizendo que não aceitava sua justificativa de que mudaria o comando da empresa na Bahia por uma questão técnica, depois de ficar meses tentando falar com Pinheiro sem sucesso.
Segundo o assessor do deputado, “o feitiço virou contra o feiticeiro”, entretanto, depois que a revista Veja desta semana publicou matéria relatando que a Petros comprou do Itaú seu braço de informática que era rejeitado pelo mercado por R$ 3 bi na gestão de Pinheiro.
O negócio teria tido participação de Antonio Palocci, demitido do cargo de chefe da Casa Civil do governo porque não conseguiu explicar a origem de seu estupendo enriquecimento. “Agora, Pinheiro vai a esta mini-CPI explicar este negócio”, disse o assessor do deputado. Vilge!
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