A menstruação faz parte da agenda fisiológica da mulher e a acompanha por vários anos, desde a puberdade até a menopausa. O sangramento uterino mensal representa o desfecho de um ciclo. A cada mês um óvulo é exposto para ser fecundado e, o interior do útero é preparado para receber, abrigar e nutrir o futuro embrião. Quando não há fecundação, ocorre a descamação do endométrio, originando a menstruação para que o corpo possa reiniciar todo esse preparativo.
O normal é que esse ciclo se repita entre 21 a 25 dias, com duração do fluxo de 2 a 7 dias, mas frequentemente ocorrem distúrbios menstruais que são motivo de grande preocupação feminina. Mas mais significativos que os sangramentos fora dos padrões do ciclo menstrual, são as alterações nos padrões individuais, já que cada mulher apresenta um mesmo padrão menstrual durante toda a vida reprodutiva.
Uma das formas desses distúrbios é o sangramento uterino anormal, uma queixa comum de mulheres de todas as idades nos consultórios de ginecologia que pode se caracterizar por aumento da quantidade, frequência ou duração do ciclo menstrual.
Com relação à quantidade, não há como medir o sangue eliminado, mas se houver a presença de coágulos, provavelmente a perda é maior que o normal.
O sangramento uterino anormal pode ter causas variadas. Entre elas, distúrbios físicos, também chamados de orgânicos. No entanto, em sua maioria os responsáveis são distúrbios hormonais que afetam o controle do sistema reprodutivo e causam o chamado sangramento uterino disfuncional. Esse tipo de sangramento é mais comum no início e no final dos anos reprodutivos da mulher.
Problemas de saúde que podem causar irregularidades menstruais
1- Amenorréia
Ocorre quando a mulher não teve sua primeira menstruação após os 16 anos de idade ou pela ausência de menstruação por pelo menos três ciclos consecutivos e não há gravidez. É importante destacar que a amenorréia não é uma doença, mas sim o sintoma de alguma outra condição.
2 – Dismenorréia
É a terrível cólica menstrual causada por contrações uterinas que ocorre antes ou durante o período menstrual. Cerca de 50% das mulheres em idade fértil lidam todos os meses com o incômodo. A dismenorréia pode ser classificada como primária ou secundária, dependendo da existência ou não de alterações na estrutura do aparelho reprodutivo.
A do tipo primária ocorre nos ciclos menstruais normais e logo após as primeiras menstruações da mulher, ainda na adolescência, e pode parar ou reduzir significativamente após os 20 anos ou somente após a gravidez. Já a dismenorréia secundária está relacionada a alterações do sistema reprodutivo: endometriose, miomas uterinos, infecções, anormalidades na anatomia do útero ou da vagina. Outra causa pode ser o uso do dispositivo intrauterino (DIU) como método anticoncepcional.
3 – Oligomenorréia
O termo se refere a ciclos menstruais irregulares ou com frequência anormal. Não se trata de uma doença, mas assim como a amenorréia, a oligomenorréia é um sintoma de algum outro problema, como a síndrome dos ovários policísticos, por exemplo.
4 – Endometriose
É a presença de “pedaços” do endométrio fora do útero. Ele pode se localizar em qualquer parte do abdômen, na superfície do ovário e ali se desenvolver. O endométrio é a camada interna do útero, como um tecido que é renovado mensalmente. Assim como acontece na menstruação, há um sangramento no local onde o endométrio está instalado. Como o organismo não consegue eliminar este sangue armazenado, surge a endometriose.
Os sintomas da endometriose aparecem durante o período menstrual e são fáceis de serem identificados. Além das fortes cólicas, a mulher que tem endometriose pode sentir dificuldade para evacuar e urinar e dores durante as relações sexuais. Além do desconforto, a doença causa ainda um grande drama para aquelas que desejam ter filhos: a infertilidade.
5 – Fibrose uterina:
Caracterizada pela presença de tumores não-cancerígenos (benignos) formados por tecido muscular e conjuntivo dentro da parede uterina. É o tipo de tumor mais comum em mulheres em idade fértil. A maioria das mulheres com o problema não tem dificuldades para engravidar, mas algumas podem necessitar de tratamento. O uso de medicamentos alivia muitos dos sintomas da fibrose uterina, aliviar a dor ou até diminuir ou parar seu crescimento. Existem vários tipos de cirurgias para remover os tumores.
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