sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Pesquisa mostra como o cérebro processa sons

Neurocientistas americanos identificaram o mecanismo de processamento e interpretação dos sons da fala dentro do cérebro. A frequência sonora das palavras determina em que parte do sistema auditivo elas serão decodificadas. Mapeando a região onde as palavras, sílabas ou fonemas são ´escutados´, os pesquisadores foram capazes de fazer uma espécie de manual da audição. O estudo é o ponto de partida para o desenvolvimento de um aparelho que entenda os sinais cerebrais de pessoas que não podem falar e os transformem em sons ou palavras escritas. 

Um aparelho desse tipo poderia beneficiar pessoas com doenças incapacitantes, como a distrofia neuromuscular chamada Esclerose Lateral Amiotrófica, que impede o físico teórico inglês Stephen Hawking, de 70 anos, de falar e se movimentar. 

Os cientistas chegaram às conclusões por meio de testes com eletrodos fixados dentro do cérebro de voluntários atentos a uma conversa. Pela reação do cérebro aos sinais captados, a equipe pôde adivinhar quais palavras estavam sendo escutadas com precisão. 

"A maior parte da informação em um discurso se situa entre um e 8.000 hertz (o ouvido de um adulto capta sons entre 20 e 16.000 hertz). Essencialmente, o cérebro analisa as diferentes frequências de som em diferentes lugares", explica Brian Pasley, do Instituto de Neurociência da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos. "Quando uma zona particular do cérebro está sendo ativada, sabemos que ela corresponde aproximadamente a alguma frequência de som que a pessoa está escutando naquele momento". 

O próximo passo da pesquisa será traduzir esses impulsos em palavras - uma experiência no sentido contrário ao que foi feito até agora. "Nossa pesquisa foi baseada no que uma pessoa ouve. Para criar um aparelho que ajude uma pessoa a se comunicar, teremos que aplicar os mesmos princípios para entender o que acontece no cérebro quando uma pessoa imagina falar uma palavra", disse Pasley. "Há evidências de que a percepção e a imaginação são processos muito similares no cérebro. Por isso, acredito que devemos ter esperanças."

Nenhum comentário:

Postar um comentário